Thursday, June 23, 2005

Posso ficar a dever-lhe um cêntimo?

Quantas vezes já nos fizeram esta pergunta? Pois.. algumas de facto, principalmente se ainda não se é completamente fanático pelos cartões de débito, ou mesmo, quando se prefere continuar a usar dinheiro real para pequenos pagamentos.

A resposta a esta pergunta, à boa moda portuguesa em que somos uns tipos descontraídos, simpáticos e que não perdem oportunidades para demonstrar o sua importância na sociedade - esta questão dos problemas de afirmação também precisará de ser detalhada -, responde-se até com algum desdém e retoques de "...ai nem me fale disso...", aliado a um esgar de sorriso paternalista, que sim, sim, pode ficar a dever-me um cêntimo. Depois, voltamos costas e como que num passe de mágica, as feições transmorfam-se e murmura-se entre dentes que é sempre a mesma coisa, que ficam sempre a dever 1 cêntimo. Outros, ainda chegam a casa e vão fazer posts em blogs acerca disso. Enfim, os modos de expressão são variados e por norma são tanto mais agudizados, quanto mais susceptível se estiver no momento.

Queria apenas relembrar que estas situações advém de uma faca de dois gumes. Por um lado tem-se os famosos preços psicológicos que nos fazem crer que algo é 1, 10 ou mesmo 100 euros mais baratos porque o preço é x,9 ; x9,99 ou x99,99 respectivamente, para que automaticamente se processe de forma errada uma "significativa" redução do preço, sendo por vezes esse o click que faltava para se passar a referida peça para o carrinho. Por outro lado, quando se chega à caixa, a probabilidade da conta terminar em 9 é elevada - sim, eu sei que se comprar 5 destes produtos a conta acaba num múltiplo de 5 e não em 9, and so on... -, e por qualquer motivo ainda não perfeitamente identificado, há sempre alguém que não nós já levou as últimas moedas de 1 cêntimo e surge a referida questão.

Na prática, compramos por vezes o que não queremos devido a um preço psicológico e do outro lado existe um recebimento não facturado... Certo, isto são peanuts sem qualquer relevância, mas está-se a pactuar com este procedimento se não se alterar a reacção.Avistam-se várias abordagens:
  1. "Sim! Importo-me!" e esperar pela reacção;
  2. "Sim! Importo-me! Dê-me 2 cêntimos de volta e fica você a dever-me 1 cêntimo?"
  3. Andarmos com umas quantas moedas de 1 cêntimo que temos lá em casa e usá-las para dar troco de 2 cêntimos. Isto se o ponto de cima não funcionar.
  4. Começar a pagar sistematicamente com meios de pagamento que não pressupõem troco!
  5. ...

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